Redação do WebArCondicionado
Existem diversos fluidos refrigerantes no mercado, e já contamos a história completa de todos eles bem aqui. Hoje, porém, vamos conhecer melhor o R-32, um gás para ar-condicionado que vem chamando a atenção do mercado no mundo todo. Sabe o por quê?
Dentre todos os fluidos refrigerantes no mercado atualmente, o R-32 é aquele com o menor Potencial de Aquecimento Global (GWP, na sigla em inglês). Além disso, sua composição é similar a de outros gases já utilizados, o que facilita sua implementação. Vamos entender melhor?
Que tipo de Gás Refrigerante é o R-32?
O R-32 é um hidrofluorcarboneto, ou seja, um gás do tipo HFC. Esse tipo de fluido foi desenvolvido nos anos 1980 como uma solução aos gases que prejudicam a camada de ozônio – uma demanda que se tornou imperativa depois de ser firmado o Protocolo de Montreal em 1987.
Entretanto, surgiu um novo problema: embora inofensivos para as camadas de proteção da Terra, os HFCs populares como o R-410, ficam presos na nossa atmosfera, agravando o Efeito Estufa e, consequentemente, o Aquecimento Global.
Já o R-32 surgiu a partir de uma simplificação da fórmula do próprio R-410 e do famoso R-22. O R-410 é 50% R-32, e o R-22 só diferencia dele por um átomo de cloro. A composição do R-32, portanto, é mais pura e, por causa dessa característica, ele consegue alcançar algo que seus irmãos hidrofluorcarbonetos não conseguem: um baixíssimo nível de GWP.
Ar-Condicionado sem Aquecimento Global
Para fins de comparação, na escala do Potencial de Aquecimento Global, o R-410, hoje bastante utilizado no mercado de climatização, tem uma contribuição de 2088 GWP. Enquanto o R-22, que já havia surgido como uma solução, marca 1810 GWP, um tanto menos.
Sabe quanto marca o R-32? Apenas 675 GWP. Pois é, um número consideravelmente abaixo dos outros dois. Claro que isso ainda não é perfeito, uma vez que o ideal seria que este número fosse igual ao bem próximo do zero. Porém, como essa é a melhor marca alcançada por um HFC, hoje o R-32 é a nossa melhor alternativa no que diz respeito aos fluidos refrigerantes.
Além disso, a pressão de saturação do R-32 é semelhante a do R-410, o que facilita a sua implementação, pois não são necessárias muitas alterações nos sistemas originais dos condicionadores de ar. E como a densidade do R-32 é menor do que a do R-410, o mesmo sistema é preenchido com menos gás, o que, na prática torna o impacto do GWP ainda menor do que o indicado pelo índice.
Split com R-32
No Brasil, a Daikin foi a primeira a utilizar o R-32, e aos poucos, outras marcas e fabricantes têm aderido cada vez mais ao refrigerante que contribui menos para o Efeito Estufa e para o Aquecimento Global.
Risco de Incêndio?
A única preocupação que o R-32 levanta é que, em comparação com o R-410, por exemplo, ele tem um índice de inflamabilidade um pouco maior. Na escala da ASHRAE, ele está um nível acima do seu irmão R-410, que consta na escala como “não inflamável”, enquanto o R-32 consta como “levemente inflamável”.
Porém, não é algo que seja de grande preocupação também, uma vez que seria necessário um grande vazamento em um ambiente muito amplo, e bem mais do que um fósforo ou um isqueiro para fazer o gás incendiar.
A única alternativa oferecida até hoje ao R-32, foi o R-290, que apesar de similar e até um tanto mais eficiente em alguns aspectos, tem alto nível de inflamabilidade.
Ficaremos de olhos no futuro desse produto, e vocês? Deixem suas dúvidas e sugestões nos comentários abaixo!
MUITO BOA A MATÉRIA. A TECNOLOGIA TRABALHANDO PARA TORNAR O AMBIENTE MAIS SAUDÁVEL.
PARABÉNS PELA INICIATIVA DE NOS INFORMAR AS NOVIDADES NO MUNDO DOS GASES.
SDS
ARLINDO
Agradecemos o seu comentário, Arlindo!
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Fica a dúvida se o lançamento de tanto fluido diferente contribui para preservar a camada de ozonio ou aumentar o lucro dos fabricantes. Até porque logo quando um fluido é lançado o seu preço é alto gerando mais lucros e os antigos mais baratos são demonizados.
Olá, Michel, tudo bem?
Esse é questionamento interessante. Ainda assim, é válido dizer que, de fato, os fluidos refrigerantes foram ficando menos nocivos à atmosfera com o tempo, mesmo que as novas versões sejam usadas com propósitos de mercado.
Sabe o que seria legal? Se você levasse esse tópico para o nosso Fórum, aqui: https://www.webarcondicionado.com.br/forum/
Lá, outros instaladores e profissionais da área poderiam dar a sua opinião para que saibamos se isso que você falou está ocorrendo mesmo. Até para podermos falar sobre o assunto e divulgar mais, caso seja um problema que precisa da nossa atenção.
O R32 pode substituir o R410? Ou R22? Ou ambos?
Olá, Luis, tudo bem?
Chegou a ler a nossa matéria? Ali no nosso segundo tópico, falamos: “a pressão de saturação do R-32 é semelhante a do R-410, o que facilita a sua implementação, pois não são necessárias muitas alterações nos sistemas originais dos condicionadores de ar. E como a densidade do R-32 é menor do que a do R-410, o mesmo sistema é preenchido com menos gás, o que, na prática torna o impacto do GWP ainda menor do que o indicado pelo índice.”
Isso quer dizer que o R-32 pode sim substituir o R-410, mas ainda assim são necessárias alterações no sistema do aparelho. Para substituir o R-22, seriam necessárias mudanças mais profundas.
Muito bom, e muito explicativo. Obrigado
Agradecemos o seu comentário, Petrônio!
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Espero q encontre uma fórmula totalmente não poluentes ao meio ambiente .
Olá, Erlã!
Nós também esperamos pelo melhor!
Olá,
Parabéns, vocês sempre trazem ótimos artigos para nós instaladores. Leio todos que recebo pelo e-mail. Continuem assim!!!
Forte abraço
Agradecemos demais o seu elogio, Lucas!
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Obrigado pega esclarecimento sobre o R32, mais uma vez obrigado
Nós que agradecemos a sua atenção, Gilson!
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Não usaria este fluído, pois a profissão já é muito perigosa e teriamos mais um agravante para isto. Estaríamos trabalhando com uma possível bomba! Prefiro o R22 e o R410 que não estão na lista da inflamabilidade.
Olá, Marcelo, tudo bem?
Não diríamos que se trata de “uma bomba”. Na postagem nós explicamos que o nível de inflamabilidade do R-32 é muito pequeno, citando: “seria necessário um grande vazamento em um ambiente muito amplo, e bem mais do que um fósforo ou um isqueiro para fazer o gás incendiar.”
Ou seja, somente um grande vazamento em um espaço muito amplo e com uma fogueira ou vários maçaricos ligados para causar sua combustão. Além disso, o R-410 e o R-22, mesmo sendo menos inflamáveis, são mais nocivos à atmosfera, e por isso devem ser substituídos. Prioridades, não acha?
Eu ficaria com o gás R410. O grau de inflamabilidade muito menor do que o R 32.
Olá, Ivanilton, tudo bem?
Na postagem nós explicamos que o nível de inflamabilidade do R-32 é muito pequeno, citando: “seria necessário um grande vazamento em um ambiente muito amplo, e bem mais do que um fósforo ou um isqueiro para fazer o gás incendiar.”
Ou seja, somente um grande vazamento em um espaço muito amplo e com uma fogueira ou vários maçaricos ligados para causar sua combustão. Além disso, o R-410, mesmo sendo menos inflamável, é mais nocivo à atmosfera, e por isso deve ser substituído. Prioridades, não acha?
Sério que alguém acredita que a procupação é com o meio ambiente?
Olá, Edson, tudo bem?
Sério sim.
Pode ser que existam outros interesses? Pode sim. Mas aí cabe a nós, o setor de climatização, discuti-los com argumentos. Porém mesmo que existam outros interesses por trás do surgimento de novos fluidos refrigerantes, o impacto positivo de gases como o R-32 no meio-ambiente e na atmosfera é fato, fato cientificamente comprovado. A partir disso, podemos discutir outras pautas.