Condicionamento de ar em hospitais vai muito além do fato de proporcionar conforto aos pacientes. A presença de um sistema de climatização deve ser capaz de garantir a melhora na qualidade do ar e contribuir no tratamento das pessoas. Ao mesmo tempo em que se mantém uma temperatura favorável, os aparelhos precisam combater doenças de transmissão aérea, de modo que diminua o risco de infecções no local.
Mas para manter a qualidade do ar, esses locais precisam de um sistema de climatização diferenciado, que exige requisitos específicos para atender as condições de segurança. É neste sentido que o trabalho dos engenheiros e arquitetos torna-se imprescindível, pois deve implementar a qualidade do ar e ao mesmo tempo alcançar maior eficiência energética. Criando projetos economicamente viáveis, é possível aumentar o número de hospitais climatizados e favorecer o trabalho realizado pelos profissionais da área da saúde.
Classificação
Os hospitais são edificações com maior consumo de energia térmica e elétrica. Isto acontece porque as atividades são constantes, dia e noite, englobando equipamentos médicos, parte da iluminação e o sistema de climatização.
Os hospitais brasileiros se classificam da seguinte forma: os hospitais grandes possuem acima de 450 leitos e prestam serviços às quatro principais especialidades: clínica geral, cirurgia, ginecologia obstetrícia e pediatria.
Os de médio porte são divididos em duas categorias: os de alto e baixo nível de conforto. O primeiro possui de 150 a 450 leitos, contando com unidade de terapia intensiva (UTI) e gerador de energia de emergência, possuindo alta demanda de condicionamento do ar. Já o de médio porte pode possuir a mesma quantidade de leitos, mas não possui UTI nem central de produção de 0², possuindo uma demanda menor de climatização.
Há também os hospitais pequenos (de 50 à 150 leitos), , e hospitais com menos de 50 leitos, que normalmente apresentam sistema central de condicionamento de ar. Por fim, os hospitais com atendimento apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é classificado separadamente, pois características semelhantes às citadas.
Situação dos hospitais brasileiros
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2005, dos 77004 estabelecimentos de saúde em atividade (completa ou parcial), somente 17 % (cerca de 13 mil) possuíam um sistema central de condicionamento de ar, 7,86 (aprox. 6050) possuíam gerador de energia elétrica de emergência e 7,86% (2850) tinham usina de oxigênio. O número de usuários também é um fator que está relacionado ao consumo anual de energia. Ou seja, quanto maior o número de usuários maior a energia gasta para garantir conforto e tratamento à todos.
Em novembro, a equipe do Portal WebArCondicionado acompanhou em Porto Alegre um seminário sobre a instalação de aparelhos de ar condicionado em ambientes coletivos. Durante o evento, os congressistas constataram que muitos hospitais acabam optando por sistemas individuais, como janela ou split. Tal procedimento não é recomendado, pois além desses equipamentos possuírem maior gasto de energia para suprir a carga térmica dos sistemas centrais, eles não realizam a filtragem adequada do ar, favorecendo a proliferação e transporte de bactérias, vírus e fungos.
Purificação
A qualidade do ar de um hospital está relacionada ao seu sistema de filtragem. Locais de tratamento a doenças podem facilmente se tornar a fonte de contaminação, caso não possuam um sistema adequado e bem monitorado.
Por isso, quanto mais equipado o local, maiores chances de circular um ar puro, com uma quantidade mínima de bactérias. Desta forma, da sala de espera às salas cirúrgicas, pós-operatórias, UTI, Neonatal e Pediátrica precisam contar com um sistema que impeça que pacientes debilitados sejam infectados por alguma doença originada na estadia do hospital.
Neste sentido, foi criada a norma da ABNT NBR 7256, que estabelece parâmetros básicos e requisitos aos sistemas de ar condicionado de hospitais. Desta forma, a manutenção deve ser freqüente, de modo que evite a proliferação dos contaminantes e garanta conforto térmico aos presentes.
Soluções
Especialistas da área de arquitetura e engenharia apontam como soluções que podem melhor a eficiência energética dos hospitais, como a utilização de resfriadores, responsáveis por fornecer água ou fluído refrigerante, a baixas temperaturas, às salas climatizadas.
Além disso, o indicado é o uso de sistemas de recuperação de calor com unidades HVAC, que possuam baixa emissão de ruído nos sistemas de distribuição de ar e sensores de presença para iluminação em locais que não sejam críticos. Vale ressaltar que o ajuste individual das condições climáticas dos quartos pelos pacientes também é um fator a ser considerado. Independente da solução que for implantada, é necessário verificar a viabilidade técnica da mesma, tendo conhecimento dos equipamentos que serão utilizados e saber selecioná-los da melhor forma.
Benefícios
Apesar do investimento significativo, a aplicação de sistemas de climatização eficientes em hospitais pode ter um impacto expressivo. Pesquisas feitas nos Estados Unidos revelam que as melhorias na qualidade do ar interior reduzem os custos com assistência médica e ausência no trabalho de 9 a 20%, variando por cada setor. Desta forma, os hospitais que possuem ambientes mais confortáveis do ponto de vista térmico e da qualidade do ar podem diminuir a estadia no hospital junto com os custos de operação.
Fonte: Engenharia e Arquitetura
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