*Por Ivan Romão, em coautoria com Marcelo Mesquita e Rafael Dutra
Ao pensar em qualidade do ar em ambientes interno, um dos primeiros itens lembrados é o ar-condicionado. É do conhecimento geral que, em ambientes fechados, diversos itens podem ser fontes contaminantes, como mobiliário, carpetes, tintas, plantas, papéis, ar externo e, principalmente, as próprias pessoas, que são também possíveis causadoras de proliferação e dispersão de elementos químicos, físicos e biológicos em ambientes internos.
O principal cuidado é garantir uma boa renovação, com ventilação e troca do ar com o ambiente externo para garantir qualidade. Caso não seja possível a ventilação natural, ela deve ser realizada de forma mecânica por sistemas de ventilação adequadamente projetados. Cabe também seguir os protocolos sanitários já estabelecidos.
No ambiente industrial os cuidados são basicamente os mesmos. Manter a qualidade do ar é uma questão de saúde e bem-estar de todos. Sem falar que poluição e toxicidade no ar afetam os níveis de produtividade. A Universidade de Cingapura apurou que exposição ao ar contaminado afeta o rendimento de colaborares em funções que exigem coordenação, velocidade e consistência. A pesquisa mostrou que estar em contato com altos níveis de poluição (10 microgramas por metro cúbico além do limite de segurança) durante o período de 25 dias ou mais reduz a produtividade em 1%. Pode parecer pouco, mas a longo prazo esses números se tornam preocupantes, tanto em termos de saúde como corporativos.
O que pode ser somado às questões da indústria é ter atenção aos produtos e materiais que possam ser tóxicos e mereçam cuidado especial e manuseio conforme determinam as normas técnicas para proteção das pessoas e do ambiente. Além disso, as empresas devem desenvolver o Plano de Manutenção e Operação e Controle – PMOC do sistema de ar-condicionado, com verificações técnicas dos equipamentos, substituição de filtros e avaliação de eficiência.
Um fator que pode ser diferencial é o uso de filtros – também aconselhável em regiões onde a qualidade do ar não seja adequada. Outro fator importante é um controle de temperatura e umidade adequado nesses ambientes para evitar a proliferação de agentes patogênicos que podem emitir substâncias ou que por si só são ameaças à saúde dos ocupantes.
Com a crise sanitária acarretada pelo novo coronavírus, a atenção se voltou para a qualidade do ar, principalmente em ambientes internos públicos. Os critérios técnicos foram revistos e reforçaram-se as recomendações para maior atenção às inspeções, aos filtros adequados, à ventilação e à renovação do ar, e isso se deve pelo fato de que os aerossóis expelidos pelo nariz e pela boca durante a respiração e a fala das pessoas pairam no ar, e a ventilação ajuda a dispersar eventuais agentes contaminantes.
Os protocolos básicos como higiene das mãos, distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel continuam valendo, mas não se pode esquecer dos cuidados fundamentais com o ar que respiramos.
*Ivan Romão é gerente da Febrava; Marcelo Mesquita é Secretário Executivo DN Qualindoor; Rafael Dutra é Coodenador de Aplicação Trane Technologies.
Com informações da Febrava
Olá boa noite! Estou usando esses dados para confecção do meu TCC de engenharia. Sobre os dados da universidade de Cingapura, podes me passar a referência dessa pesquisa? Muito obrigado!
Olá Cleber, tudo bem?
Como a informação consta no artigo opinativo assinado por Ivan Romão, gerente da Febrava, sugerimos que entre em contato com a Febrava clicando neste link aqui. Assim poderá identificar quais as referências daquela pesquisa da universidade de Cingapura.