Emenda de Kigali, se aprovada pelo Brasil, vai levar o setor de ar-condicionado e refrigeração a gradualmente abandonar o uso de gás R-410A, que é nocivo ao meio ambiente
Resfriar o interior de nossas casas com ar-condicionado, mas assim contribuir para o aquecimento do planeta é contraditório, certo? Pois a indústria de condicionamento de ar e de refrigeração pode passar a usar produtos menos nocivos ao aquecimento global.
Isso porque está em andamento a votação, no Brasil, da Emenda de Kigali. O documento, assinado por mais de 100 países, objetiva definir um cronograma de redução no consumo dos hidrofluorcarbonetos (HFCs).
Esses gases são usados em aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores e têm um impacto muito alto no efeito estufa. Para se ter uma ideia, o gás mais usado nos aparelhos do mercado brasileiro, o R-410A, tem potencial de aquecimento global de 2 mil vezes o do dióxido de carbono.
Qual o volume de R-410A no Brasil?
No Brasil, o projeto de aprovação da Emenda de Kigali passou pelas comissões da Câmara dos Deputados e aguarda, há um ano e meio, a votação em plenário. O cronograma de redução gradual no uso de gases HFCs definido pela emenda, tem execução simples – comparando com as demais ações para desacelerar a catástrofe ambiental.
O país possui 28 milhões de aparelhos de ar-condicionado e e o número cresce 10% ao ano. Eventuais vazamentos do fluído R-410A ou seu descarte inadequado, representam um risco enorme ao aquecimento global. O crescimento acelerado do mercado indica que o problema tende a aumentar muito nos próximos anos.
Benefícios de interromper o consumo do R-410A
Já existem alternativas conhecidas ao gás refrigerante R-410A cujo mercado de ar-condicionado e refrigeração tem praticado. Além do benefício de reduzir a poluição do aquecimento global, o parque industrial brasileiro do setor terá benefícios econômicos.
A aprovação da Emenda de Kigali vai alinhar a indústria brasileira de ar-condicionado e refrigeração às tendências do mercado internacional. Isso aumenta sua competitividade e coloca o país na rota da inovação.
Com a aprovação da emenda, estima-se que o setor acessará mais de US$ 100 milhões de dólares. O montante será aplicado em processos para a produção de equipamentos com fluidos refrigerantes de menor potencial de efeito estufa. O dinheiro também é parte dos recursos do Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal no período de 2021-2023.
Redação WebArCondicionado – Com informações de O Globo e do Correio Brasiliense
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