Por Ivan Romão*
Recentemente o consumidor foi impactado com reajustes na conta de luz. Em julho, o valor por 100 quilowatts/hora (kWh) passa de R$ 6,24 para R$ 9,49, e em agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) prevê elevar o valor para entre R$ 11,50 e R$ 12.
Esse aumento deve acontecer por conta dos baixos níveis dos reservatórios de água, o que leva as usinas térmicas a serem acionadas, afetando residências e empresas. A bandeira tarifária atualmente em vigor é a vermelha patamar 2, a mais cara de todas.
Com essa movimentação, vem à tona a temática da eficiência energética e sua importância. Em poucas palavras, trata-se da relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e aquela disponível para sua realização. O objetivo é utilizar a mínima quantia possível atividade.
Desde o século XVII, quando Otto von Guericke iniciou estudos sobre a eletrificação por atrito, passamos em maior frequência a depender desse recurso. Ao ligar um aparelho, ele se aquece. Parte da energia elétrica fornecida é dissipada em forma de calor (fenômeno conhecido como efeito Joule).
Quanto menor é a perda, maior a eficiência do equipamento. Em vez de transformar a energia em calor, ela é bem aproveitada pelo dispositivo e há poucas perdas. Felizmente, os aparelhos estão ficando cada vez mais competentes nesse quesito.
Vale pontuar a diferença entre eficiência energética e economia de energia. A primeira diz respeito a fazer mais com menos. Apagar a lâmpada, fechar a geladeira (e há redução na conta) ou ainda desligar equipamentos que não estão em uso ajuda a economizar, mas não é eficiente. É importante reduzir o custo do uso do recurso, de forma que seja feito conscientemente.
A eficiência energética é alvo de iniciativas governamentais, como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), criado em 1985, bastante ligado ao sistema AVAC-R. Repare, por exemplo, em aparelhos de ar-condicionado que vêm com o selo Procel: É uma forma de demonstrar que aquele produto é voltado para a eficiência e economia.
Seu objetivo é disseminar o uso eficiente da energia elétrica. Uma das medidas para isso é a substituição de tecnologias por outras mais eficientes, com menor custo e impacto ambiental.
A diminuição de despesas pode começar com instalações sustentáveis, uso de dispositivos de iluminação eficientes (como luminárias de LED), aquecimento por painéis solares e captação de águas pluviais para reúso e diversos componentes do AVAC-R. Em um sistema de climatização, por exemplo, a troca de um aparelho antigo por um novo pode trazer economia, além da redução no custo de manutenção.
Seguir com uma postura de eficiência energética na organização melhora o desempenho financeiro na operação e ajuda a intensificar a luta pelo meio ambiente e pela sustentabilidade. É válido lembrar que certos recursos, como a água, são fontes naturais, porém não são renováveis e não passíveis de serem criados em laboratório, então é preciso usá-los bem para que não acabem.
Ivan Romão é gerente da Febrava, a principal feira da cadeia AVAC-R
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