Redação Portal WebArCondicionado

Como hoje é sexta-feira, estamos chegando a mais um final de semana, resolvemos trazer informações sobre esse filme lançado em Angola chamado “Ar Condicionado” e que vem participando de muitos festivais ao redor do mundo.

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Sobre o filme “Ar Condicionado”

Em sua sinopse, o filme conta que ares condicionados começam misteriosamente a cair dos apartamentos na cidade de Luanda. Então Matacedo e Zezinha, um guarda e uma empregada doméstica, tem a missão de recuperar o aparelho de seu chefe furioso ao final do dia. Essa missão leva-os à loja de materiais eléctricos de Kota Mino, que está montando em segredo uma complexa máquina de recuperar memórias.

“Ar Condicionado” é uma jornada de mistério e realidade, uma crítica sobre classes sociais e como nós vivemos em conjunto nas esperanças verticais, no coração de uma cidade que é passado-presente-futuro.

O realizador do filme, Fradique Bastos, conta que “este filme é dos prédios e todos ‘os transparentes’ que aí trabalham e constroem as suas vidas todos os dias. Matacedo é um segurança de um prédio que se torna um reflexo do nosso estado de inércia e ao mesmo tempo de esperanças nas distopias verticais em que vivemos. Cresci e vivi em diferentes prédios antigos do centro de Luanda. Espero agora que o filme se junte aos ares-condicionados caídos e faça parte da memória viva desta cidade”.

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De acordo com a produtora Geração 80, responsável pelo filme, “é em um desses prédios, localizado na Rua Rainha Ginga, numa das artérias da Mutamba, no coração da cidade de Luanda que a narrativa se desenrola. Tal como Matacedo e Zézinha, o prédio é também um personagem principal com todas as suas ramificações e infiltrações. Como muitos outros edifícios, construídos por volta dos anos 50 ainda durante o período colonial, está hoje carcomido pelo tempo, pela história, pela salvação individual. Nele, os quartos apertados, desenhados para uma pessoa apenas, foram reconfigurados para albergar famílias inteiras, a parte que sobra do terraço não ocupada por novos anexos virou um campo de futebol onde as crianças correm entre varais de roupas e o fundo dos pátios tornaram-se um repositório de geradores, tanques e bombas de água, tubulações e fios elétricos emaranhados criando um cenário real, irreal, surreal, pronto para serem filmados. Correm risco de ruir, sim! mas carregam com eles uma parte de nós, uma amostra da nossa sociedade, ditam o pulsar desta cidade e obrigam-nos, ainda que a contragosto, a coabitar”.

Para o jornalista Neil Young, do Hollywood Reporter, o filme é “a lógica e a cadencia de um sonho, vividamente produzido como uma evocação do desmoronamento interno de uma cidade”.

“Ar Condicionado” foi produzido de forma independente é gravado totalmente em Angola.

Confira abaixo o trailer:

Participação no ‘We Are One: A Global Film Festival’ e filme liberado no YouTube

O festival de cinema online, ‘We Are One: A Global Film Festival’, que decorre durante dez dia, junta 20 festivais; entre eles o festival de Cannes, Londres, Berlim, Veneza, entre outros. A estreia do festival acontece hoje, sexta-feira, 29 de Maio.

“Uma das boas e grandes notícias é que o festival de Tribeca, juntamente com outros festivais como Cannes, juntou-se com o YouTube para fazer um grande festival online que é o ‘We Are One: A Global Film Festival'”, descreveu Fradique Bastos, realizador do filme.

O filme vai poder ser visto durante vários dias, “vai estar disponível no Youtube, de graça, para que as pessoas possam assistir e fazer doações para a Organização Mundial de Saúde, para o combate ao Covid-19”, acrescenta Fradique.

O filme “Ar Condicionado” estreou no festival de Rotterdam, no início deste ano, e ficou nas últimas semanas em suspensão devido à crise sanitária e com o fechamento das salas e festivais de cinema.

‘We Are One: A Global Film Festival’ junta os festivais de cinema de Tribeca, Toronto, Veneza, Cannes, Berlim, Locarno, Nova Iorque, San Sebastian, Tóquio, Sydney, Rotterdam, Annecy, BFI London, Karlovy, Guadalajara, Macau, Jerusalém, Marraquexe e Sarajevo.

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