O constante crescimento em resíduos eletrônicos na América Latina traz os aparelhos de ar condicionado como um dos principais itens dessa lista. Para ilustrar melhor o índice, vamos aos números. Segundo um relatório divulgado pela Associação de Empresas da Indústria Móvel (GSMA) e da Universidade das Nações Unidas, ou “e-waste’, esses 9% do lixo eletrônico produzido no mundo correspondem a 3.904 quilotoneladas. E desse número, 585 são atribuídos a artefatos de troca de temperatura, como refrigeradores, congeladores e aparelhos de ar condicionado.
No topo dos percentuais, 1.175 quilotoneladas são de equipamentos pequenos, que incluem aspiradores e eletrodomésticos, e 991 de equipamentos grandes, como lavadoras, fogões e máquinas de lavar pratos. Na mesma medida, 585 vem de dispositivos de telecomunicações, que incluem os telefones celulares, e 499 são de telas e monitores. Abaixo estão as lâmpadas, que contabilizam 69 quilotoneladas.
A previsão é de que o número chegue a 4.800 até 2018.
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Projetos de lei em escassez
“É importante que a indústria trabalhe em estreita colaboração com os reguladores para desenvolver um marco legislativo que leve em conta a responsabilidade dos diferentes atores da indústria”, afirmou em comunicado Sebastián Cabello, diretor da GSMA para a América Latina.
Nesse sentido, o relatório aponta que “poucos países da América Latina têm projetos de lei específicos sobre a gestão dos resíduos eletrônicos e, na maioria dos casos, a gestão dos resíduos eletrônicos está regulada na legislação geral de resíduos perigosos”. Por isso, o estudo pede o desenvolvimento de políticas públicas de resíduos eletrônicos que abordem de maneira específica a coleta.
O Brasil
Carregando o peso de 36,16% dos resíduos da América Latina, o Brasil foi o país que mais produziu, somando 1.412 quilotoneladas em 2014, o que é atribuído à “grande quantidade de moradores”. Entre os maiores equipamentos descartados aqui estão pequenos eletrodomésticos, monitores de televisão e telefones celulares.
O país é seguido de longe na lista por México (958 quilotoneladas), Argentina (292), Colômbia (252), Venezuela (233), Chile (176) e Peru (147), segundo o relatório da GSMA e do Instituto para o Estudo Avançado da Sustentabilidade da Universidade das Nações Unidas.
Por outro lado, abaixo das 75 quilotoneladas, aparecem Equador (73), República Dominicana (57), Guatemala (55) Bolívia (45), Costa Rica (36), Paraguai (34), Uruguai (32) e Panamá (31).
Em termos per capita, Chile e Uruguai são os países que mais “e-waste” produzem por pessoa, com 9,9 e 9,5 quilos, respectivamente, enquanto a média na América Latina é de 6,6 quilos, dos quais, segundo o estudo, 29 gramas correspondeu a telefones celulares.
O mundo
O crescente percentual no Brasil e na América Latina acabou impactando consequentemente na produção mundial desse tipo de resíduos, levando ao número de 40.000 quilotoneladas em 2014 no mundo todo.
Os Estados Unidos continuam sendo o país que mais gera lixo eletrônico no mundo, seguido por China, Japão, Alemanha e Índia. Apenas EUA e China geram de forma conjunta quase um terço (32%) do lixo eletrônico do mundo.
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